Quando decidi criar este blogue, tinha em mente o que queria publicar: um conjunto de fotografias de ateliers de artistas, condensadas num espaço virtual.
Aqui, não pretendo fazer um trabalho de curadoria ou escrever sobre filosofia da arte. Para mim, é importante dar uns passos atrás e ir beber directamente da fonte: quero dizer, conversar com o artista e perceber a intenção que justifica o trabalho que faz.
Interessam-me também as pequenas coisas: aquilo que o artista faz e que não é para expôr. O que não é vendável, mas é necessário para que o trabalho seja coeso. Apercebi-me que essa característica é importante e é necessário para mim que tenha um lugar de destaque neste blogue. As pequenas coisas são o caminho mais plano para compreender a intenção.
Por fim, os ateliês são um espaço peculiar, porque não se trata de uma galeria nem, salvo excepções, da casa. São como uma via de passagem: o que passa dali para fora é muito condensado. Cada trabalho é um pequeno núcleo da pessoa, que dentro no atelier é apoiado pelo espaço todo.
Os ateliers são muito dentro, mas fora. E eu estou a ter o privilégio de me deixarem entrar.
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